Empresa de segurança cibernética Resegurança (através Ajude a segurança da rede) expôs o DIG AI, um assistente de inteligência artificial sem censura na darknet que permite aos criminosos gerar malware, criar material de abuso sexual infantil e obter instruções detalhadas para fabricar explosivos sem restrições de segurança. A ferramenta opera através da rede Tor. A Resecurity detectou DIG AI pela primeira vez em 29 de setembro de 2025. A plataforma experimentou um aumento na adoção durante o último trimestre de 2025, especialmente durante a temporada de férias de inverno, quando os níveis de atividade ilegal atingiram recordes. O criador, operando sob o pseudônimo “Pitch”, apresentou o DIG AI como uma alternativa criminosa às principais plataformas de inteligência artificial. O acesso não requer registro de conta. O relatório da Resecurity datado de 17 de dezembro detalha a base da plataforma em uma versão desbloqueada do ChatGPT Turbo. Ele fornece modelos especializados adaptados a funções distintas. DIG-Uncensored lida com a geração de conteúdo proibido. DIG-GPT processa tarefas baseadas em texto. A DIG-Vision apoia a criação de deepfakes e imagens ilícitas. Este desenvolvimento alinha-se com um padrão mais amplo de inteligência artificial armada. A Resecurity registou um aumento superior a 200 por cento nas menções e na utilização de ferramentas maliciosas de inteligência artificial em fóruns cibercriminosos entre 2024 e 2025. Tais ferramentas enquadram-se na categoria de modelos obscuros de grande linguagem, que consistem em sistemas construídos de raiz ou derivados de inteligência artificial legítima com restrições de segurança eliminadas. Os antecessores nesta categoria incluem FraudGPT e WormGPT. Os analistas de segurança realizaram testes extensivos no DIG AI. Eles verificaram sua capacidade de produzir códigos maliciosos funcionais, como backdoors JavaScript ofuscados destinados a comprometer aplicativos da web. Tarefas como ofuscação de código requerem de três a cinco minutos devido aos recursos computacionais limitados. Os operadores resolvem estes atrasos através de serviços premium que cobram taxas, estabelecendo um modelo de “crime como serviço”. A DIG AI também apoia a produção de material de abuso sexual infantil, gerando imagens hiper-realistas. Isso ocorre por meio de conteúdo totalmente sintético ou pela alteração de imagens benignas de menores reais. A Resecurity colaborou com as autoridades policiais para reunir e preservar evidências que documentam o uso da plataforma pelos atores ameaçadores para material altamente realista de abuso sexual infantil. A empresa identificou a inteligência artificial criminosa como apresentando ameaças intensificadas antes dos grandes eventos globais em 2026, como os Jogos Olímpicos de Inverno em Milão e a Copa do Mundo FIFA. Essas ferramentas permitem que malfeitores expandam as operações e contornem as políticas de proteção de conteúdo. A Resecurity descreveu a situação como uma nova fronteira na qual os criminosos desenvolvem e mantêm infra-estruturas personalizadas para operações de inteligência artificial, denominando-a como o “quinto domínio da guerra: cibernético”.




